Economia
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As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) projetam que a taxa Selic suba de 14,25% para 14,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para os dias 6 e 7 de maio. A expectativa foi divulgada na segunda-feira (5), no Boletim Focus, e aponta que esta pode ser a última elevação da taxa básica de juros neste ano.
Na última reunião, realizada em março, o Copom havia promovido a quinta alta consecutiva da Selic, levando a taxa de 13,25% para 14,25%. Com a possível nova elevação de 0,5 ponto percentual, o BC consolida um ciclo de contração monetária iniciado em setembro de 2024, após a taxa ter sido mantida em 10,5% por três meses.
O Banco Central indicou que a economia brasileira segue aquecida, ainda que com sinais de moderação no crescimento. A inflação cheia e os núcleos inflacionários — que desconsideram itens voláteis como alimentos e energia — permanecem em alta. Segundo o BC, há risco de persistência da inflação de serviços e as próximas decisões do Copom levarão em conta o cenário fiscal e a condução da política econômica pelo governo.
A projeção do mercado para o IPCA deste ano foi ligeiramente revisada para baixo, de 5,55% para 5,53%, permanecendo acima do teto da meta de inflação, fixada em 4,5%. Para os anos seguintes, o IPCA deve seguir em queda gradual: 4,51% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028.
O mercado estima que a Selic encerre 2025 em 14,75% ao ano, iniciando trajetória de queda nos anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá ser de 2% em 2025 e 2027, com uma leve desaceleração para 1,7% em 2026.
A estimativa da taxa de câmbio aponta dólar a R$ 5,86 no fim de 2025, subindo para R$ 5,91 em 2026. A alta dos juros pode contribuir para frear o consumo, dificultar o crédito e conter a inflação, mas também pode afetar negativamente o crescimento da economia.