Economia
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A prévia da inflação oficial de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,64%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa desaceleração em relação a fevereiro, quando o índice havia subido 1,23%, mas é superior ao valor registrado em março de 2024 (0,36%).
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 chegou a 5,26%, ultrapassando o teto da meta de inflação estabelecida pelo governo, que é de 4,5%. Este é o maior resultado desde março de 2023, quando o índice alcançava 5,36%, e marca a primeira vez em 17 meses que o indicador supera os 5%.
Alimentação lidera pressões inflacionárias
O grupo alimentação e bebidas foi o principal responsável pela alta em março, com variação de 1,09%, frente a 0,61% no mês anterior. O grupo contribuiu com 0,24 ponto percentual (p.p.) no índice geral. A alimentação no domicílio teve aumento de 1,25%, puxada por itens como ovo de galinha (19,44%), café moído (8,53%) e tomate (12,57%). Já a alimentação fora de casa subiu 0,66%.
Entre os principais subitens que mais influenciaram a inflação, destacam-se:
•Ovo de galinha: 19,44% (+0,05 p.p.)
•Café moído: 8,53% (+0,05 p.p.)
•Tomate: 12,57% (+0,03 p.p.)
•Mamão: 15,19% (+0,02 p.p.)
•Refeição: 0,62% (+0,02 p.p.)
A alta dos alimentos tem sido uma das principais preocupações do governo. Para conter o avanço de preços, foram adotadas medidas como a redução de impostos de importação para produtos da cesta básica. Em entrevista recente, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou esperar queda nos preços nos próximos 60 dias.
Combustíveis puxam alta nos transportes
O segundo grupo que mais pressionou o IPCA-15 foi transportes, com alta de 0,92% e impacto de 0,19 p.p. Os combustíveis subiram em média 1,88%, com destaque para:
•Óleo diesel: +2,77%
•Etanol: +2,17%
•Gasolina: +1,83% (maior impacto individual do IPCA-15, com +0,10 p.p.)
• Gás veicular: +0,08%
Outros grupos
Os grupos habitação e educação, que haviam registrado altas superiores a 4% em fevereiro, desaceleraram para 0,37% e 0,07%, respectivamente, após o fim de reajustes sazonais como mensalidades e redução de subsídios na conta de energia elétrica.
Confira a variação de todos os grupos:
• Alimentação e bebidas: 1,09%
• Transportes: 0,92%
• Despesas pessoais: 0,81%
•Habitação: 0,37%
• Saúde e cuidados pessoais: 0,35%
• Comunicação: 0,32%
•Vestuário: 0,28%
•Educação: 0,07%
• Artigos de residência: 0,03%
Acumulados
O IPCA-E, que representa o acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 1,99%, superior aos 1,46% do mesmo período de 2024.