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Grupo João Santos anuncia venda de ativos e reabertura de fábrica após homologação de recuperação judicial

Empresa prevê arrecadação de R$ 920 milhões para quitar dívidas e acelerar retomada.
Os recursos da venda dos ativos serão destinados ao pagamento de 100% dos créditos trabalhistas. (Foto: Reprodução)

Com a homologação do plano de recuperação judicial pela 14ª Vara Cível de Recife, na última sexta-feira (7), o Grupo João Santos, fabricante do Cimento Nassau, anunciou a venda de ativos imobiliários considerados não estratégicos para a operação industrial. A expectativa é arrecadar cerca de R$ 920 milhões, que serão utilizados para quitar dívidas trabalhistas e acelerar a retomada das atividades.

A maior parte dos imóveis negociados pertence à Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), na Zona da Mata Norte de Pernambuco, região valorizada pelo setor sucroalcooleiro e pelo complexo industrial que abriga fábricas da Fiat, Heineken e Itaipava. O local será beneficiado pela construção do Arco Metropolitano, facilitando o escoamento da produção para o Porto de Suape.

Os recursos da venda serão destinados ao pagamento de 100% dos créditos trabalhistas de 20.592 funcionários e ex-funcionários. Outros 944 credores trabalhistas receberão 50% do valor devido. Além disso, a empresa se comprometeu a quitar dívidas com fornecedores e a cumprir obrigações do empréstimo DIP e do acordo de reperfilamento com a PGFN.

Segundo os copresidentes Nivaldo Brayner e Guilherme Rocha, a nova gestão tem como foco reerguer a empresa, preservando seu legado e recuperando a posição de destaque no mercado de cimento.

Reabertura de fábrica e renegociação tributária

Após a homologação do plano, a empresa anunciou a reabertura da fábrica Itacimpasa, localizada em Itaituba (PA). A unidade, que estava fechada desde a administração anterior, receberá investimentos para retomar a produção, criando 300 novos postos de trabalho.

O Grupo também avança na renegociação de dívidas tributárias com diversos estados. Em Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte, foram obtidas reduções de passivos fiscais que somam R$ 414,5 milhões. Nos estados do Espírito Santo e Rio Grande do Norte, a empresa voltou a ser contemplada com benefícios fiscais.

A reestruturação financeira e operacional já permitiu a reativação de duas fábricas entre 2023 e 2024, além das duas unidades que já estavam em funcionamento. Atualmente, a produção de cimento está concentrada nas fábricas de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Codó (MA), Capanema (PA) e Mossoró (RN), garantindo um faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2024.

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