Economia
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O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC), aponta que a estimativa de inflação para 2025 subiu de 5,08% para 5,5%, superando o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta estabelecida é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (1,5% a 4,5%).
Para os anos seguintes, as previsões de inflação também foram ajustadas, sendo 4,22% em 2026, 3,9% em 2027 e 3,73% em 2028. O resultado de 2024, que fechou em 4,83%, já havia ultrapassado o limite estipulado, pressionado principalmente pelo aumento nos preços de alimentos e bebidas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Selic e política monetária
A taxa Selic, principal ferramenta do BC para controlar a inflação, está atualmente em 12,25% ao ano. Após sucessivos cortes em 2023 e início de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) retomou os aumentos no segundo semestre do ano passado, com projeções de novas elevações para 2025.
A expectativa do mercado é que a Selic alcance 13,25% ao ano após a primeira reunião do Copom deste ano, marcada para os dias 28 e 29 de janeiro. Para o fim de 2025, prevê-se um aumento significativo, com a taxa chegando a 15% ao ano, antes de um gradual recuo nos anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,38% em 2027 e 10% em 2028.
Impactos econômicos
O aumento da Selic reflete a tentativa de conter a demanda aquecida, elevando o custo do crédito e estimulando a poupança, mas também pode restringir o crescimento econômico. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 subiu de 2,04% para 2,06%, enquanto para 2026 e 2027, espera-se crescimento de 1,72% e 1,96%, respectivamente.
Em 2023, a economia brasileira cresceu 3,2%, superando as expectativas do mercado. Em 2024, o PIB acumulado de janeiro a setembro foi de 3,3%, impulsionado pela recuperação em setores como serviços e agropecuária.
Câmbio e desafios futuros
O mercado prevê que o dólar encerre 2025 em R$ 6, mantendo-se nesse patamar até 2026. O comportamento da moeda norte-americana reflete a combinação de fatores globais e internos, como a instabilidade econômica mundial e as políticas fiscais brasileiras.