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BC aumenta Selic para 12,25% ao ano em decisão acima do esperado

Alta de 1 ponto percentual reflete preocupações com inflação.
O mercado financeiro esperava ajuste de 0,75 p.p. (Foto: Marcello Casal Jr)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando os juros básicos da economia para 12,25% ao ano. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (11), surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um ajuste de 0,75 ponto percentual.

Em comunicado, o Copom justificou a alta acima do esperado devido às incertezas no cenário externo e aos impactos do pacote fiscal do governo sobre os ativos financeiros. O órgão também indicou a possibilidade de novos aumentos na mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025, que já estarão sob a liderança do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo.

“O comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, destacou o comunicado.

A Selic, que chegou a 13,75% ao ano entre agosto de 2022 e agosto de 2023, iniciou um ciclo de cortes no segundo semestre do ano passado, atingindo 10,5% ao ano em maio de 2024. Entretanto, diante das pressões inflacionárias e da alta do dólar, o Copom voltou a aumentar a taxa a partir de setembro, com ajustes consecutivos de 0,25 ponto em setembro e 0,5 ponto em novembro, culminando no aumento de 1 ponto percentual nesta última reunião de 2024.

A taxa é o principal instrumento do BC para controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o índice desacelerou para 0,39%, mas os preços de alimentos e passagens aéreas continuam pressionando o indicador, que acumula 4,87% em 12 meses, acima do teto da meta para 2024, fixada em 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

De acordo com o boletim Focus, as estimativas para a inflação oficial subiram para 4,84% em 2024, acima do teto da meta. O BC também ajustou suas projeções para o IPCA, prevendo 4,9% em 2024 e 4,5% em 2025, mantendo a perspectiva de um cenário inflacionário mais desafiador.

A elevação da Selic encarece o crédito, freando a demanda e contribuindo para conter a inflação. Contudo, juros elevados também dificultam a expansão econômica. Segundo o Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá crescer 3,39% em 2024, revisado após o crescimento de 0,9% no segundo trimestre deste ano.

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