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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, superou neste sábado (7) uma tentativa de impeachment no parlamento, liderado pela oposição. Apesar de obter 195 votos a favor da moção, o número ficou abaixo dos 200 necessários para validar a votação, resultando no descarte do processo.
O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, lamentou a falta de quórum para a decisão: “A nação inteira está assistindo à decisão que está sendo tomada hoje aqui. O mundo está assistindo”. O principal partido de oposição, o Partido Democrático, prometeu tentar novamente, enquanto o partido de Yoon busca soluções “mais ordenadas” para a crise.
A tensão se intensificou após Yoon, na terça-feira (3), emitir um decreto concedendo amplos poderes aos militares para conter o que chamou de “forças antiestatais”. A medida foi revogada seis horas depois, após uma votação unânime do parlamento contra o decreto. A ordem, entretanto, mergulhou o país em sua maior crise política em décadas, levantando dúvidas sobre a estabilidade democrática na quarta maior economia da Ásia.
A oposição precisava de votos de pelo menos oito membros do partido governista, o Partido do Poder Popular (PPP), para alcançar a maioria necessária de dois terços. No entanto, apenas três membros do partido votaram, enquanto os demais boicotaram a sessão.
Em discurso televisionado na manhã deste sábado, Yoon pediu desculpas à nação, mas descartou renunciar. “Deixo a cargo do meu partido tomar medidas para estabilizar a situação política no futuro, incluindo a questão do meu mandato”, afirmou. Ele prometeu que não tentará novamente impor a lei marcial.
O líder de seu partido, Han Dong-hoon, foi contundente após o discurso: “O presidente não está mais em condições de exercer suas funções públicas. Sua renúncia é inevitável”. Caso Yoon deixe o cargo antes do término de seu mandato, previsto para maio de 2027, a Constituição exige uma nova eleição presidencial em até 60 dias. A crise remete ao impeachment de Park Geun-hye, em 2016, que levou à queda do partido conservador e ao fortalecimento dos liberais.