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Cinco anos após perder o status de país livre do sarampo, o Brasil foi recertificado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como país sem transmissão local da doença. O último caso de sarampo registrado no país ocorreu em junho de 2022, no estado do Amapá. Em cerimônia realizada nesta terça-feira (12) em Brasília, o certificado foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo diretor da Opas, Jarbas Barbosa, que ressaltou a importância da liderança política e do engajamento no fortalecimento da imunização. A cerimônia contou com a presença de autoridades de saúde, incluindo a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O diretor da Opas destacou que as Américas foram a região que mais rapidamente recuperou a cobertura vacinal após os desafios impostos pela pandemia de COVID-19. A recuperação foi crucial para evitar novos surtos, visto que, globalmente, cerca de 24% das crianças deixaram de ser vacinadas durante o período da pandemia. Barbosa enfatizou a necessidade de manter uma vigilância rigorosa para detectar casos importados da doença, uma vez que o sarampo ainda circula em outras regiões, como Europa e Ásia.
Para o presidente da Câmara Técnica Nacional de Especialistas, Renato Kfouri, a retomada de investimentos no programa de vacinação foi determinante para essa conquista. “É o resultado de um trabalho amplo e compromissado de imunização e vigilância epidemiológica em todas as regiões do país”, pontuou.
Embora o certificado represente um avanço, especialistas alertam para a necessidade de continuar ampliando a cobertura vacinal. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, destacou que a manutenção do status de país livre do sarampo requer esforços constantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 320 mil casos de sarampo foram confirmados mundialmente em 2023, evidenciando a vulnerabilidade de países sem altas taxas de imunização.
O Brasil havia sido declarado livre do sarampo em 2016 após anos sem casos registrados. No entanto, com a queda da cobertura vacinal e o aumento da migração, o vírus voltou a circular em 2018, culminando na perda do certificado em 2019. Entre 2018 e 2022, o país registrou milhares de casos, mas em 2024 foram reportados apenas dois casos importados – um do Paquistão e outro da Inglaterra.
A recertificação foi celebrada pelo presidente Lula, que destacou o fortalecimento do sistema de vacinação brasileiro. “Esse diploma é um reconhecimento do trabalho que estamos realizando para proteger nossa população, especialmente as crianças”, afirmou o presidente.