Setembro Amarelo intensifica a conscientização sobre a prevenção ao suicídio no Brasil

Campanha nacional incentiva o diálogo e o pedido de ajuda para combater a depressão e prevenir o suicídio.

Da Redação
06/09/24 • 09h20

O diálogo é sempre incentivado como uma forma de salvar vidas. (Foto: Divulgação)

Com o lema “Se precisar, peça ajuda!”, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro, marca o início da campanha do Setembro Amarelo no Brasil. Promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha busca intensificar a conscientização e o combate à depressão e ao suicídio ao longo de todo o mês.

A psicóloga Angie Pique, da Estácio, destaca a importância de identificar os sintomas da depressão para prevenir complicações mais graves, como o suicídio. Segundo ela, o humor depressivo persistente, perda de interesse em atividades, alterações no apetite e no sono, além de sentimentos de inutilidade, são alguns dos sinais que podem indicar um quadro depressivo.

“Esses sintomas devem estar presentes por pelo menos duas semanas e representam uma mudança significativa no comportamento da pessoa”, explica Angie, ressaltando que a depressão pode se manifestar de forma diversa e, em casos graves, aumentar o risco de suicídio.

Para a psiquiatra Andréa Cristina Galastri, do Instituto de Educação Médica (IDOMED), o tratamento médico é essencial para pacientes com depressão. “Cerca de 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados se os pacientes estivessem sob tratamento adequado”, afirmou, destacando que o tratamento medicamentoso e psicológico são fundamentais para a recuperação.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019 mostram que quase 800 mil suicídios são registrados anualmente, número que pode ultrapassar 1 milhão, se considerados os casos não notificados. No Brasil, a média é de 38 suicídios por dia, o que equivale a 14 mil mortes por ano. O suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, superando doenças como câncer de mama e HIV.

Em setembro de 2022, o Ministério da Saúde brasileiro apontou um aumento significativo nas taxas de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos, com uma alta de 49,3% entre 2016 e 2021. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, o aumento foi de 45%.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio por meio do número 188, garantindo sigilo e escuta para aqueles que necessitam de ajuda. Além disso, familiares e amigos desempenham um papel crucial no auxílio a quem enfrenta problemas emocionais, e o diálogo é sempre incentivado como uma forma de salvar vidas.