Brasil elimina a elefantíase como problema de saúde pública

Doença permanecia endêmica na região metropolitana do Recife; último caso foi registrado em 2017.

Da Redação
02/10/24 • 10h50

A doença é transmitida pela picada do mosquito Culex quinquefasciatus. (Foto: Fiocruz)

A filariose linfática, também conhecida como elefantíase, foi oficialmente eliminada como problema de saúde pública no Brasil. A doença, considerada uma das principais causas de incapacidade permanente ou de longo prazo no mundo, era endêmica apenas em algumas áreas da região metropolitana do Recife, incluindo os municípios de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. De acordo com o Ministério da Saúde, o último caso confirmado no país ocorreu em 2017.

Causada pelo parasita Wuchereria bancrofti, a filariose é transmitida pela picada de mosquitos Culex quinquefasciatus, também conhecidos como pernilongos ou muriçocas. A infecção pode levar a graves edemas em membros, seios e na bolsa escrotal, resultando em incapacidades físicas permanentes.

Em comunicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) parabenizou o Brasil pela eliminação da doença. “Eliminar uma doença é uma conquista importante e que exige um compromisso inabalável”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que também elogiou os esforços do país para livrar a população dos impactos devastadores da doença.

Com essa conquista, o Brasil junta-se a outros 19 países e territórios que já eliminaram a filariose linfática como problema de saúde pública, entre eles Malawi, Togo, Egito, Iêmen e Sri Lanka. No continente americano, três países ainda enfrentam a endemia: República Dominicana, Guiana e Haiti, que seguem com programas de administração de medicamentos em massa para interromper a transmissão.

A meta global da OMS é eliminar ao menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030. Em 2023, cerca de 657 milhões de pessoas em 39 países ainda viviam em áreas que exigem tratamento em massa contra a filariose linfática.